A chuva
cai lá fora, densa e sem pretensão de parar. Lembro-me então da falta que você
faz. Pensei que, talvez, com o tempo, pudesse esquecer a dor em meu peito. Afinal,
você, provavelmente, não pensa mais em mim.
Todas as
nossas risadas, e não foram poucas, agora são apenas eco em minha cabeça. Distantes
de mim, mas ainda assim perto o suficiente para ouvi-las com clareza. Certamente
tenho em mente tantas vezes que ignoramos as pessoas e o que elas pensavam de
nós, porque estávamos juntas e não tinha motivo para não sorrir.
Já tem
muito tempo que eu não tenho notícias, por isso pensei que fosse bom escrever
fosse a melhor maneira de por para fora os sentimentos que ainda tenho por
você. Quem sabe, se eu gritasse mais alto, você pudesse escutar. Penso que ia
fingir que não me conhece e seguir em frente. Eu deveria fazer o mesmo, é
claro.
Eu queria
poder lhe dizer o quanto você e nossas lembranças são especiais para mim, mas
acho que não está certo. Você já fez a sua escolha de me arrancar de seu
coração, e, por amor, eu creio, tenho de respeitar o seu desejo. Mesmo que isso
quebre meu coração ao meio, e então ao meio das duas metades.
É doloroso
saber que alguém que você ama simplesmente não ama mais você. Principalmente quando
sua memória dela ainda está fresca e seu cérebro ainda reproduz encontros seus
em sonhos.
Pensando
bem, talvez eu não deva enviar-lhe esta carta. São apenas pensamentos soltos. A
culpa é da chuva, com certeza. Ela me traz muita paz, mas o silêncio provoca
sua ausência aqui. A saudade é forte, mas tentarei ser mais e não mais lhe
incomodar. Eu prometo.
Eu espero.
Beijos, Carol.
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