25 de junho de 2013

Cartas, de um estranho para outro

A chuva cai lá fora, densa e sem pretensão de parar. Lembro-me então da falta que você faz. Pensei que, talvez, com o tempo, pudesse esquecer a dor em meu peito. Afinal, você, provavelmente, não pensa mais em mim.
Todas as nossas risadas, e não foram poucas, agora são apenas eco em minha cabeça. Distantes de mim, mas ainda assim perto o suficiente para ouvi-las com clareza. Certamente tenho em mente tantas vezes que ignoramos as pessoas e o que elas pensavam de nós, porque estávamos juntas e não tinha motivo para não sorrir.
Já tem muito tempo que eu não tenho notícias, por isso pensei que fosse bom escrever fosse a melhor maneira de por para fora os sentimentos que ainda tenho por você. Quem sabe, se eu gritasse mais alto, você pudesse escutar. Penso que ia fingir que não me conhece e seguir em frente. Eu deveria fazer o mesmo, é claro.
Eu queria poder lhe dizer o quanto você e nossas lembranças são especiais para mim, mas acho que não está certo. Você já fez a sua escolha de me arrancar de seu coração, e, por amor, eu creio, tenho de respeitar o seu desejo. Mesmo que isso quebre meu coração ao meio, e então ao meio das duas metades.
É doloroso saber que alguém que você ama simplesmente não ama mais você. Principalmente quando sua memória dela ainda está fresca e seu cérebro ainda reproduz encontros seus em sonhos.
Pensando bem, talvez eu não deva enviar-lhe esta carta. São apenas pensamentos soltos. A culpa é da chuva, com certeza. Ela me traz muita paz, mas o silêncio provoca sua ausência aqui. A saudade é forte, mas tentarei ser mais e não mais lhe incomodar. Eu prometo.

Eu espero.


Beijos, Carol.

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